Na manhã desta terça-feira (3), um tremor acompanhado de um forte estrondo causou alvoroço em Bonito, cidade a 297 km de Campo Grande. O fenômeno, sentido tanto na área urbana quanto na zona rural, gerou preocupação entre os moradores.

O abalo foi registrado pelo Centro de Sismologia da USP, com magnitude de 1.7 MLv (Magnitude Local vertical). Este é o segundo evento sísmico em Bonito neste ano — o primeiro ocorreu em abril — e o décimo em Mato Grosso do Sul em 2025.

Embora o impacto tenha sido de baixa magnitude, a professora Edna Maria Facincani, da UFMS, explicou que a proximidade do hipocentro com a superfície amplifica a percepção do tremor. “Quando o hipocentro é muito raso, as pessoas sentem mais intensamente”, afirmou. Em média, os hipocentros na região estão a cerca de 5 km de profundidade.

A situação reacendeu o debate sobre o avanço da mineração na Serra da Bodoquena. Segundo Marc Laurent Zayas Colas, turismólogo e proprietário da Fazenda Iguassu, a expansão da atividade mineradora na região traz preocupações. “Se não houver uma regulamentação rigorosa, será o fim de Bonito”, alertou.

Apesar das atividades de mineração na região, a professora Facincani descartou que o tremor tenha sido causado por detonações artificiais, com base nas características das ondas registradas no sismograma.

Além de Bonito, outros municípios do estado, como Sonora, Miranda, Rio Negro, Ponta Porã e Corumbá, têm registrado abalos sísmicos ao longo de 2025, evidenciando a necessidade de monitoramento constante da atividade tectônica na região.