Cortes de até R$ 1.700 nos salários motivam paralisação; movimento busca reversão das perdas e valorização da categoria
Cortes de até R$ 1.700 nos salários motivam paralisação; movimento busca reversão das perdas e valorização da categoria
Motoristas e monitores do transporte escolar da rede municipal de Corumbá decidiram, em assembleia realizada nesta terça-feira (15), iniciar uma paralisação no primeiro dia letivo do segundo semestre. A medida é uma resposta aos cortes nos adicionais de produtividade e penosidade, que resultaram em perdas salariais significativas para os profissionais desde o mês de maio.
De acordo com os trabalhadores, os descontos variam entre R$ 800 e R$ 1.700 por servidor, comprometendo severamente o orçamento de famílias que já enfrentam desafios com a sobrecarga e as condições adversas das rotas, especialmente na zona rural. Os relatos compartilhados durante a assembleia revelaram a gravidade da situação, como o caso de um motorista que perdeu quase R$ 2 mil de vencimento e precisa iniciar sua jornada às 3h da manhã para garantir o transporte de colegas, professores e alunos em estradas precárias.
Segundo os servidores, os cortes ocorreram sem qualquer diálogo prévio ou comunicação oficial por parte do Executivo municipal, que justificou a medida como parte de uma “adequação” administrativa. O sindicato da categoria, o Simted Corumbá, considera a decisão arbitrária e injusta, principalmente por afetar um setor essencial ao funcionamento da educação pública, enquanto mantém altos salários de cargos comissionados.
A assembleia também destacou que os cortes coincidiram com o pagamento da reposição salarial de 5,51% referente ao IPCA, prevista na data-base. Para os trabalhadores, isso evidencia uma contradição na política de valorização profissional. Além disso, a medida chega em um momento em que se discute o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que poderia beneficiar motoristas e monitores com avanços na escolaridade e reconhecimento profissional.
O movimento grevista terá o apoio de professores e demais segmentos administrativos da educação. A intenção é pressionar a gestão municipal a rever os cortes e restabelecer os adicionais devidos aos servidores. O Simted reafirmou o compromisso de lutar pela correção dessa distorção e pela valorização dos trabalhadores que enfrentam rotinas penosas e riscos diários para garantir o acesso à escola.
A paralisação já está confirmada e deverá ser precedida por novas mobilizações nas próximas semanas.
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