Em pleno período de estiagem, quando a umidade relativa do ar atinge índices muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Corumbá e Ladário enfrentam um preocupante aumento no número de incêndios urbanos. Somente nas últimas 24 horas, o Corpo de Bombeiros Militar (3º GBM) atendeu sete ocorrências de fogo em terrenos baldios e áreas de vegetação seca, muitas delas provocadas por atitudes humanas evitáveis, como a queima de lixo, mesmo com a coleta regular disponível nos dois municípios.

As chamas, potencializadas pelo calor intenso e pela vegetação ressecada, consumiram áreas extensas e demandaram grande volume de recursos para o combate.

1. 16h – Rua Joaquim Murtinho, atrás da Escola Maria Leite: incêndio em terreno baldio com vegetação seca em área de 72 metros de fundo. Mais de 1.000 litros de água foram utilizados.
2. 18h30 – Rua Elias Assad, Bairro Nova Aliança, Ladário: fogo em área de chácara com vegetação rasteira e descarte irregular de lixo doméstico. Foram necessários 500 litros de água, sopradores e abafadores.
3. 20h00 – Rua Alan Kardec, Bairro Dom Bosco: incêndio em terreno baldio com propagação rápida em vegetação seca e lixo. Moradores relataram uso de velas para cultos religiosos. Consumo de 400 litros de água.
4. 21h00 – Rua João Bosco da Motta, acesso ao assentamento Taquaral, próximo ao aterro sanitário: área queimada de aproximadamente 1 hectare. Emprego de 2.000 litros de água, abafadores, bomba costal e sopradores.
5. 22h55 – Rua Pará, Jardim dos Estados: fogo em área extensa, com vegetação alta e próximo à rede elétrica. Mais de 1.000 litros de água foram usados no combate.
6. 00h40 – Rua Pio XII, Bairro Boa Esperança, Ladário: incêndio em terreno baldio com vegetação alta, próximo a residências. Consumo de 500 litros de água.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, além de sobrecarregar as equipes de emergência, o aumento das ocorrências coloca em risco vidas humanas, destrói áreas verdes, ameaça o fornecimento de energia e agrava problemas respiratórios, especialmente em crianças e idosos.

Cultura perigosa

Apesar de a coleta de lixo ser realizada regularmente nas duas cidades, ainda é comum que moradores recorram à prática ilegal de atear fogo em resíduos ou usar fogo para “limpeza” de terrenos. Em época de seca, essa conduta é especialmente perigosa, pois o vento e a baixa umidade favorecem a propagação rápida das chamas, que podem atingir casas, veículos e áreas de preservação.

Orientação à população

O 3º GBM reforça que:

1. NÃO DEVE usar fogo para limpar terrenos ou queimar lixo;
2. NÃO DEVE jogar bitucas de cigarro ou fósforos no chão;
3. EVITAR estacionar veículos sobre vegetação seca;
4. NÃO DEVE deixar terrenos com vegetação alta sem limpeza preventiva.

Ao perceber qualquer foco de incêndio ou fumaça, a população deve acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

“A prevenção é a melhor forma de combate. Cada incêndio evitado significa vidas protegidas, patrimônio preservado e menos danos ao meio ambiente”, destaca o comando do 3º GBM.