Estratégias de monitoramento, educação ambiental e integração comunitária buscam proteger moradores e felinos
Estratégias de monitoramento, educação ambiental e integração comunitária buscam proteger moradores e felinos
Em resposta aos recentes avistamentos de onças-pintadas na área urbana de Corumbá, especialmente no bairro Cervejaria, uma força-tarefa composta por diversas instituições intensificou suas ações para garantir a segurança da população e a preservação da fauna local. O trabalho conjunto envolve a Polícia Militar Ambiental, Prevfogo, Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ICMBio, Fundação do Meio Ambiente do Pantanal, e o especialista Diego Viana, com apoio da comunidade.
A médica veterinária e analista ambiental do IBAMA, Fabiane Gonçalves, esclarece que a ação, iniciada com os primeiros avistamentos, foi reforçada devido ao aumento das ocorrências. “A presença das onças não é uma ameaça avassaladora. Esses animais estão em busca de alimento, um reflexo do desequilíbrio ambiental causado por incêndios florestais e pela redução de suas presas naturais”, afirma.
O plano de ação e suas estratégias
Desde 18 de maio, rondas diárias têm sido realizadas nos horários críticos – início da manhã e à noite – para monitorar a presença dos felinos e implementar métodos de afugentamento. O uso de repelentes luminosos, conhecidos como Fox Lights, será intensificado. Segundo Diego Viana, veterinário especializado, a tecnologia já foi testada em diversas localidades e mostrou-se eficaz em afugentar os animais. “Os moradores serão envolvidos no manejo dos equipamentos, fortalecendo o sentimento de pertencimento e participação”, destaca.
Além disso, câmeras trap instaladas pelo IHP estão ajudando a mapear os trajetos das onças e identificar os pontos de maior movimentação. Esses dados serão cruciais para eventuais capturas, embora essa medida seja tratada como última alternativa devido à complexidade do processo. “Capturar uma onça pode levar meses e não resolve o problema, já que outros animais podem ocupar o território”, explica Diego.
A comunidade como protagonista
A força-tarefa destaca o papel fundamental da população na mitigação dos riscos. A eliminação de fontes de alimento, como lixo exposto e animais domésticos soltos, é essencial. “O cheiro de restos de comida atrai as onças. Embalagens devem ser lavadas antes do descarte para evitar atrativos”, alerta um dos técnicos envolvidos.
Também estão previstas ações de educação ambiental. Na sexta-feira (20), houve uma reunião na Cacimba, às 8h30, para orientar os moradores sobre convivência segura com os felinos. “Precisamos que a comunidade entenda que somos parte da solução. Juntos, somos mais fortes”, reforça Fabiane.
Desmistificando o medo e combatendo o sensacionalismo
Os especialistas alertam para os danos causados por informações equivocadas e sensacionalistas. “A desinformação só aumenta o pânico. Queremos trazer tranquilidade, mostrando que as medidas tomadas estão funcionando e que há segurança”, diz Fabiane.
A presença das onças, antes de ser vista como ameaça, deve ser entendida como um reflexo do impacto humano no meio ambiente. “Vivemos no Pantanal, um lugar único. Essa situação exige união e esforço coletivo para preservar tanto a fauna quanto a segurança da população”, conclui Diego.
Com integração e conscientização, Corumbá avança para superar o desafio de coexistir com a riqueza natural que faz do Pantanal um patrimônio mundial.
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29/05/2025
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