Documento aponta choque neurogênico e reforça impacto ambiental da prática de ceva
Documento aponta choque neurogênico e reforça impacto ambiental da prática de ceva
O laudo necroscópico sobre a morte de Jorge Ávalo, caseiro atacado por uma onça-pintada em um pesqueiro no Pantanal sul-mato-grossense, confirmou que os ferimentos fatais ocorreram na cabeça e na coluna cervical. Divulgado nesta segunda-feira (12), o documento aponta o choque neurogênico agudo como a causa do óbito, resultado direto dos ferimentos provocados pelo felino.
De acordo com a perícia, Jorginho estava vivo durante o ataque e tentou se defender. Marcas nos braços da vítima indicam movimentos de proteção realizados enquanto ele ainda estava consciente. O ataque ocorreu em 21 de abril, em uma propriedade isolada de difícil acesso, próxima ao pesqueiro Touro Morto, a cerca de duas horas do porto de Miranda.
Fragmentos de ossos e fios de cabelo foram encontrados nas fezes do animal, coletadas após sua captura no dia 24 de abril. O material foi enviado para análise, mas o laudo já confirmou que a morte foi causada pelo ataque.
A onça-pintada, um macho de aproximadamente nove anos, foi capturada e permanece sob observação veterinária. O animal apresenta comportamento reativo à presença humana.
Especialistas alertam para o contexto em que o ataque ocorreu. Há relatos da prática de ceva – crime ambiental que consiste em atrair animais silvestres com iscas, alterando seus hábitos naturais e podendo provocar comportamentos inesperados. A prática é proibida por lei e pode levar a um ano de prisão, além de multa que varia de R$ 300 a R$ 5 mil, dependendo do impacto ambiental e do status de conservação do animal envolvido.
O ataque levanta a necessidade de reflexão sobre o respeito ao habitat natural dos animais e a importância de combater práticas que coloquem em risco tanto a fauna quanto as populações locais. O Pantanal, reconhecido por sua biodiversidade, exige ações que promovam a convivência harmônica entre humanos e animais.
A investigação continua com exames complementares, mas o laudo esclareceu a causa da morte, encerrando as principais dúvidas sobre o caso.
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