Crime bárbaro em fazenda do Pantanal expõe feminicídio e negligência com segurança de trabalhadoras
Crime bárbaro em fazenda do Pantanal expõe feminicídio e negligência com segurança de trabalhadoras
Lourenço Xavier, de 54 anos, foi indiciado por feminicídio após queimar viva Eliana Guanes, de 59 anos, em uma fazenda isolada no Pantanal da Nhecolândia, a cerca de 200 km de Corumbá. O crime ocorreu na última sexta-feira (6), após a vítima recusar uma proposta de relacionamento.
O agressor lançou gasolina sobre Eliana enquanto ela estava sentada e ateou fogo. Segundo testemunhas, a vítima tentou fugir, mas foi perseguida e alcançada pelo criminoso. Eliana sofreu queimaduras de 2º e 3º graus em 90% do corpo. Apesar de ser resgatada por equipes especializadas e transportada de avião para a Santa Casa de Campo Grande, não resistiu aos ferimentos e teve sua morte confirmada às 23h30.
Lourenço fugiu após o ataque, mas foi localizado e preso na madrugada do sábado (7) pelo Bope e conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. Em depoimento, ele alegou desavenças com a vítima, mas o delegado Jean Castro confirmou que o crime foi motivado pelo menosprezo à condição de mulher, caracterizando feminicídio.
Lourenço tem passagens criminais por furto, ameaça e violência doméstica. A vítima, viúva há 17 anos, já havia recebido alertas de familiares sobre os perigos de trabalhar em um local com histórico de conflitos. Seu filho relatou que a mãe frequentemente enfrentava situações de assédio e desentendimentos no ambiente de trabalho.
Este caso destaca não apenas a brutalidade do feminicídio, mas também a vulnerabilidade de mulheres em áreas isoladas e de difícil acesso. O Pantanal, cenário deste crime, tem sido palco de diversos relatos de violência contra trabalhadoras, muitas vezes ignorados por empregadores e autoridades.
Feminicídios como o de Eliana reforçam a necessidade de punições mais severas e de políticas públicas que garantam a segurança de mulheres em ambientes de trabalho e em suas comunidades. O Brasil registra, em média, uma mulher assassinada a cada sete horas apenas por ser mulher, o que exige ação imediata de todas as esferas de poder para mudar essa realidade.
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29/05/2025
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