Instalação de tecnologias avança, mas fake news e descarte irregular de lixo desafiam força-tarefa e comunidade
Instalação de tecnologias avança, mas fake news e descarte irregular de lixo desafiam força-tarefa e comunidade
A força-tarefa que atua para mitigar os riscos da presença de onças-pintadas no bairro Cervejaria, em Corumbá, está intensificando o uso de tecnologias como repelentes luminosos e câmeras trap, instalados estrategicamente em áreas com registros recentes dos felinos. Desde a última semana, seis repelentes luminosos foram posicionados e oito câmeras trap foram instaladas na região da Cacimba da Saúde para mapear a movimentação das onças.
“Os repelentes luminosos, como os Fox Lights, simulam a presença humana e têm se mostrado eficazes para afastar predadores sem causar impacto negativo à fauna. Já as câmeras trap fornecem dados cruciais para entender o comportamento dos animais e guiar nossas ações com precisão”, explicou Diego Viana, médico veterinário corumbaense.
Apesar do avanço tecnológico, moradores do bairro apontam que problemas estruturais agravam a sensação de insegurança. A falta de iluminação pública, vegetação densa e o acúmulo de lixo são os principais desafios citados pela comunidade durante uma ação educativa promovida pela força-tarefa na última sexta-feira (20).
Fake news atrapalham o trabalho
Além das dificuldades no campo, a equipe tem enfrentado a disseminação de fake news sobre o tema. Nos últimos sete dias, três vídeos com informações falsas sobre onças andando pelas ruas de Corumbá foram compartilhados nas redes sociais. A força-tarefa desmentiu os boatos e alertou para os prejuízos causados por esse tipo de conteúdo.
Fake news criam pânico e dificultam o trabalho das instituições responsáveis pela segurança. A força-tarefa reforça a importância de confiar apenas em fontes oficiais e evitar o compartilhamento de informações não verificadas.
Educação ambiental e participação comunitária
Paralelamente às ações tecnológicas, a força-tarefa mantém um esforço contínuo de educação ambiental. Durante o encontro na Cacimba da Saúde, moradores foram orientados sobre práticas que ajudam a reduzir os riscos de atração de onças, como o descarte correto do lixo e a limpeza de embalagens antes de descartá-las.
“A colaboração da comunidade é essencial. Não adianta a coleta ser feita regularmente se o lixo continuar sendo descartado de forma incorreta. Todos precisam fazer sua parte”.
Demandas por serviços básicos
Embora reconheçam os esforços da força-tarefa, os moradores cobram ações básicas da administração pública. Entre as principais reivindicações estão a instalação de iluminação pública e a limpeza periódica do bairro, que sofre com o acúmulo de resíduos e vegetação alta.
“Sem luz, a onça fica à vontade para entrar na cidade”, desabafou Elaine, moradora da Cacimba da Saúde. Ela destacou ainda que o abandono do bairro aumenta a vulnerabilidade dos moradores.
O reflexo de um Pantanal em desequilíbrio
Especialistas destacam que a presença das onças em áreas urbanas reflete um desequilíbrio ambiental mais amplo, causado por fatores como desmatamentos e queimadas. “A preservação do Pantanal exige um esforço coletivo. Além de proteger a população, precisamos abordar as causas que levam os animais a se aproximarem das cidades”, afirmou Diego Viana.
Com a combinação de tecnologias, ações educativas e participação comunitária, a força-tarefa busca não apenas mitigar os riscos, mas também promover uma convivência mais harmoniosa entre a população e a fauna do Pantanal.
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